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terça-feira, 25 de agosto de 2009

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Segunda feira, eu estava fazendo um trajeto que já entrou na minha rotina, pego o ônibus e desço no ponto conhecido como “ponto da padaria” na Av. Brigadeiro Lima e Silva, Duque de Caxias, mas nessa segunda algo em especial estava acontecendo, as lojas, muitas, fechadas se não a meia porta, as ruas que normalmente movimentadas, estavam nuas, a movimentação em geral estava fraca. E eu só soube o motivo um pouco depois.

O fato que acarretou nisso tudo, foi a morte de um traficante conhecido como Joãozinho do Lixão, famoso por essas bandas, dizem ser o braço direito de Fernandinho Beira-Mar aqui na baixada fluminense, o luto foi “decretado” pelo tráfico local e em seu funeral, milhares de pessoas, a maioria moradores de áreas dominada pelo ex traficante estavam la, mas a policia diz que a presença dos moradores era uma ordem dos traficantes (não confirmado).

Até ai nada demais, quando ocorre a morte de um traficante “poderoso”, é comum homenageá-lo com fechamento do comercio. Isso geralmente não chamaria minha atenção ou me motivaria a escrever sobre o assunto no blog, a não ser por algo que ouvi de uma garota que estava lanchando aqui na loja e de um trecho que li no jornal, “A PM afirma ainda que o bandido era defendido pelos moradores nas comunidades onde atuava porque distribuía equipamentos eletrônicos roubados”, Fernando Torres, Jornal Extra, Terça-feira 25/08/09.

A garota disse assim quando estava conversando com uma colega sua, “não fala isso, ele era bom”. Com isso em mente, resolvi escrever pois achei interessante partes da população acharem “bom” as ações de um traficante. É possível perceber que o tráfico está instalado principalmente onde há ausência do poder estatal.

Os papeis foram invertidos, o Estado que deveria providenciar as assistência minimas para a dignidade dos moradores, garantindo serviços como policiamento regular, assistência médica, saneamento básico, energia elétrica... não se mostra presente. E com o espaço aberto, o tráfico foi entrando nas localidades, distribuindo tv a cabo (gatonet) a um preço baixo, garantiam o furto de energia elétrica e água, e até mesmo a segurança dos moradores, pois em comunidades dominados por traficantes, é raro ocorrer qualquer tipo de delito, já que esses mesmos punem os culpados, a não ser por conflitos gerados pela invasão de facções rivais ou com a policia.

E foi exatamente isso que aconteceu ou pelo menos é isso que a imprensa diz ter acontecido, mas digamos que seja verdade, o traficante Joãozinho do Lixão morreu num confronto com a policia, isso gerou uma grande mobilização da população que recebia seus “favores” e assim ele era considerado um ícone para muitos, mas esquecem da origem desses favores e como era possível os mesmos.

Sempre digo ou tirei de algum lugar, “Não é o somente como acontece ou por que acontece, é um conjunto todo de causa-efeito que nos devemos observar”

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